Em meio a um enredo já repleto de manipulação e mistério, uma frase, no mínimo absurda, dita por Flordelis a um de seus filhos chama atenção: “Separar não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus”. Esta frase, aparentemente simples, revela camadas profundas de complexidade e hipocrisia que merecem ser exploradas.
Essa declaração foi revelada durante as investigações e o processo judicial que se seguiu após o assassinato de seu marido, Anderson do Carmo. A frase ganhou notoriedade por revelar a complexidade das motivações de Flordelis, não era apenas uma justificativa para manter um casamento tumultuado, era uma manipulação calculada da fé e da imagem pública.
Ao invocar o “nome de Deus” como razão para não se separar, ela cria uma armadilha emocional e espiritual para seus seguidores. A mensagem implícita é clara: questionar ou desafiar sua decisão seria equivalente a desafiar a própria divindade.
A ideia de “escandalizar o nome de Deus” também serve como uma cortina de fumaça, desviando a atenção do público de questões mais prementes, como a moralidade de suas ações ou a integridade de sua família. O medo do escândalo se torna uma ferramenta de controle, tanto para ela quanto para aqueles que a rodeiam.
O mais irônico é que, ao tentar evitar um “escândalo”, Flordelis acabou se tornando o centro de um dos casos mais escandalosos e mediáticos do Brasil. Sua declaração, feita talvez na tentativa de preservar sua imagem, só serviu para aumentar o interesse público e o escrutínio sobre sua vida e suas escolhas.
Esta frase encapsula perfeitamente como a religiosidade pode ser usada como uma máscara para esconder intenções menos nobres. Flordelis não é a primeira e, muito provavelmente, não será a última figura pública a utilizar a fé como um escudo contra críticas ou como uma justificativa para ações questionáveis. No entanto, seu caso serve como um lembrete perturbador de como a manipulação da fé pode ter consequências devastadoras.
Ao refletir sobre essa declaração no contexto do livro “Flordelis: Bíblia, filhos e sangue”, percebemos que ela é um microcosmo da história maior: uma mistura tóxica de fé, manipulação e busca por poder que culminou em tragédia. É um alerta para todos nós sobre os perigos de seguir cegamente líderes carismáticos, sem questionar suas verdadeiras intenções ou a moralidade de suas ações.